Felipe Shikama
felipe@jornalipanema.com.br
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A lei prevê a separação do lixo em “orgânico ou úmido” (recipiente verde) e “reciclável ou seco” (recipiente azul). Segundo a prefeitura, é obrigação do condomínio ter contêineres ou recipientes destinados para a separação do material reciclável gerado. Mesmo assim, o secretário de Parcerias Carlos Laino garante que a prefeitura “irá disponibilizar bags para o apoio da separação dos materiais”.
Além de condomínios residenciais, comerciais e industriais de Sorocaba, a lei também obriga que a seleção do lixo seja feita por shoppings, instituições financeiras, hotéis, escolas e universidades. “Ainda não há um número exato, mas a estimativa é a de que esta quantidade de material reciclado separado pelos condomínios pode girar em torno de 50 toneladas por mês”, afirma Laino.
Administradora de um condomínio na Zona Norte, Shirley Moreno aprova a iniciativa. “O lixo é uma questão muito importante e que envolve o mundo todo. Infelizmente, a mudança cultural só acontece quando mexe no bolso”, comenta.
Shirley relata que há pelo menos dois anos a administração do condomínio vem estimulando os moradores a realizarem a destinação correta do lixo produzido. No entanto, segundo ela, ainda é baixa a adesão da iniciativa. “O que falta é contribuição das pessoas. Quem sabe agora, multando, as pessoas não se conscientizem um pouco mais?”, indaga.
Alcance social
Autor da iniciativa, o vereador Martinez destacou, na justificativa do projeto, que os materiais recicláveis como papel, vidro e plástico representam cerca de 40% de todo o lixo doméstico. “Além disso, estaremos ajudando as cooperativas de reciclagem da cidade, que geram renda para cerca de 100 catadores”, acrescenta.
Segundo Rita, a lei é positiva, pois aponta para uma mudança de hábito no que se refere ao consumo e ao descarte. “É uma quebra de paradigma, cujos resultados aparecerão em longo prazo”, diz. Além de reivindicar da prefeitura a construção de mais galpões (de triagem do material) e aquisição de mais caminhões para auxiliar o trabalho dos catadores cooperados, a presidente do Ceadec cobra uma política que inclua os catadores. “Não é só uma questão ambiental, mas, também social. Isso seria o verdadeiro conceito de ‘socioambiental’”, explica.
Sem prazo e sem estrutura
Justamente por reconhecer a falta de estrutura das cooperativas que atuam na cidade, o secretário de Parcerias, Carlos Laino, informa que a prefeitura, por enquanto, não multará os condomínios que descumprirem a lei. “No momento, a pasta está enviando carta aos síndicos dos condomínios alertando para a obrigatoriedade da medida e oferecendo apoio para sua implantação”.
Segundo Laino, ainda não existe prazo definido para que a prefeitura efetivamente passe a aplicar multa aos condomínios, conforme prevê a lei vigente. “Ainda não há prazos, já que a Secretaria de Parcerias está promovendo a ampliação da capacidade jurídica das cooperativas para o atendimento dos condomínios, no sentido da destinação dos recicláveis para as cooperativas”.
O secretário de Parcerias afirma que, entre os investimentos que estão sendo feitos junto às cooperativas, para que elas atendam a demanda de material reciclado, estão a locação de mais cinco caminhões, locação de mais dois galpões. “também busca de apoio junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), compra de bags (sacos) para a distribuição nos condomínios”.
Exemplos de produtos recicláveis
- Papel: jornais, revistas, folhetos, caixas de papelão, embalagens de papel.
- Metal: latas de alumínio, latas de aço, pregos, tampas, tubos de pasta, cobre, alumínio.
- Plástico: potes de plástico, garrafas PET, sacos plásticos, embalagens e sacolas de supermercado.
Confira a versão online. Página A20.
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