quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Artigo do Presidente da Câmara publicado no Jornal Bom Dia, dia 11/01/2012


Humanização do trânsito

José Francisco Martinez
Presidente da Câmara Municipal de Sorocaba


Segundo o Denatran (Departamento Nacional de Trânsito), o Brasil tem uma frota de 69,486 milhões de veículos. Sorocaba tem a 18ª maior frota do país, com um total de 349.562 veículos – número superior ao de 15 capitais brasileiras. Isso mostra que o trânsito, mais do que uma questão técnica, virou um problema humano, que tende a se agravar. As cidades já não se definem apenas pelas pessoas que as habitam – elas também seguem a direção que os veículos lhes impõem. Prova disso é que seu crescimento acompanha a abertura de vias expressas e os centros urbanos estão virando estacionamentos.

A ONU estima que o trânsito mata, anualmente, mais de 1,3 milhão de pessoas no mundo e deixa milhões de feridos ou mutilados. No Brasil, o quadro é ainda mais grave: o trânsito brasileiro é um campeão de mortes. Segundo dados do Ministério da Saúde, o Brasil registra um índice de 18,9 mortes no trânsito por grupo de 100 mil habitantes, enquanto em países europeus e asiáticos essa taxa fica em 5 mortes por 100 mil habitantes.

Tentando evitar essa tragédia, uma resolução do Contran (Conselho Nacional de Trânsito), oficializada antes do Natal, desobriga os órgãos de trânsito de instalar avisos sobre a existência de radares em vias urbanas e rodovias. A medida, que tem o apoio dos especialistas, parte do pressuposto de que respeitar o limite máximo de velocidade da via é uma obrigação do motorista, independentemente de haver ou não radar no local.

Sem dúvida, a prudência é dever do motorista e a medida pode estimular o respeito às leis em todas as vias e não só na presença dos radares. Mas ela não pode desobrigar o poder público de exercer seu papel – o de prevenir acidentes por meio de uma educação de trânsito criativa e permanente, em que a autoridade pública deve se impor pelo respeito e jamais pelo abuso. Esse é o caminho para a humanização do trânsito e, consequentemente, da própria vida, que depende da segurança para ir e vir.

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